“Brasil: o grande circo”
No prédio da escola “Amantina Abunssara Thame” em Boituva ás 15h45min, a mesária anunciou: “Pode votar Ligia”. Levantei e me dirigi em direção á urna, retirei minha “cola” do bolso e antes de digitar o número daquele que poderia ser o presidente do meu país, pensei por alguns minutos, tive vontade de anular tudo em forma de protesto, mas resolvi quem sabe fazer a diferença.
Nunca soube muito a respeito de política, não por falta de interesse, mas creio que cresci condicionada a achar política chata e sem solução, porem nessa eleição me dediquei a me manter informada sobre os candidatos e suas propostas e formei a minha opinião sobre a política brasileira.
No dia de hoje fiquei observando o movimento dos eleitores que estavam exercendo seu papel de cidadão, e algumas pessoas me chamaram a atenção, fiz algumas perguntas rápidas para saber como estavam ás expectativas para o futuro da nação.
Uma mulher estava na companhia de seus filhos, perguntei a ela por que achava importante votar, e ela me respondeu: “Me preocupo com a educação dos meus filhos”. Fiquei satisfeita com a resposta, acredito que a educação é a base para formamos cidadãos consciente e com valores, o conhecimento me leva a crer que poderíamos ser mais seletivos com nossas escolhas, principalmente quando se trata de um assunto tão delicado quanto o destino de nosso povo.
Um casal de idosos caminhava lentamente em direção a zona eleitoral, fiquei intrigada, eles não tinham mais a obrigação de votar, e perguntei o que os motivavam a tal atitude já que a política está uma palhaçada. “Torço por uma velhice intriga para os jovens de hoje, então voto com esperança de melhoras” disse a senhora, “E eu fico feliz em votar, voto por aqueles que não cumprem com sua obrigação” disse o senhor.
No caminho de volta para a casa perguntei ao meu amigo por que ele não iria votar, e sua resposta foi: “Esse ano quando assisti as propagandas eleitorais, me diverti como em um filme de comédia, alguns candidatos chegam a ser hilários, e cheguei á conclusão de que a política está banalizada e virou motivo de gozação, em forma de protesto resolvi não votar”. Concordo.
Após refletir sobre as respostas que obtive, e analisar mais uma vez todo o conhecimento que adquiri sobre tal assunto, cheguei á conclusão que nosso futuro não será diferente, nossos jovens continuam crescendo condicionados a não se interessar por política, e como se já não bastasse, nossos candidatos são verdadeiros atores circenses, e suas propagandas uma pantomima.
Apesar da sensação de dever cumprido, o dia 3 de outubro de 2010 teve o ar fúnebre, e revoltante, sabia que o presidente que eu escolhi não seria eleito, que os populistas continuariam a persuadir a burrice do povo brasileiro, e para garanti que na nossa próxima eleições não seja diferente, pouco será feito pela educação.
Meu primeiro voto foi consciente e baseado no que almejo para meu futuro, mas duvido da democracia deste país e desacredito da política brasileira, sou a favor da fé, e peço para que rezem que o nosso país não se transforme em um picadeiro gigante.